sábado, 9 de fevereiro de 2008

Primeira Perdição


Sem ela meu mundo era mudo e eu entrava em delírio quixotesco, enxergando dragões. Novas ondas de calafrios borbulhavam pelo corpo, lembrando-me da ausência, do espaço vago, nublado que se alastrava por não tê-la. Era vê-la feliz e meu sorriso ria sozinho, meus olhos enchiam-se de luz, minha alma desprendia infinito. Era vê-la triste e eu chovia, tudo me atormentava, meus versos sumiam e o silêncio reinava como resposta dura de se ouvir. A cada dia eu sabia daquele sentimento como um estranho que bate na porta e entra, senta-se no sofá, toma um cafezinho, vai ficando, prolongando a visita. E a cada dia eu deixava-me prender como um rato cego na ratoeira. Gostava. De um jeito arriscado. Mas era ela estar perto e meu coração acendia em desejo contínuo. Era ela ficar longe e eu ficava criando os cheiros, os risos, os verbos dela. Temia tudo aquilo. Intenso demais. Curioso demais. Só achava. E queria. Como se. Saber eu não sabia. Deixei interminável.


Agradeço ao Victor pelo novo selo:

Passo para:

Juliana Caribé, do blog Quintal de Cores; pelas palavras mágicas.

Fernando Locke do blog Paraíso Perdido; pelos contos bem escritos e surpreendentes.

Bárbara do blog Reflexos e Reflexões; pelas poesias e textos poéticos inigualáveis.

Ana do blog Cais de Sonhos; pela sensibilidade.

Hélder do blog A ótica de um míope; pela criatividade e talento.

Obrigado, Victor.

Parabéns aos demais.


16 comentários:

Chellot disse...

"...meu sorriso ria sozinho, meus olhos enchiam-se de luz, minha alma desprendia infinito..."

Esse trecho me fascinou. Belas palavras.

Beijos de Sol e de Lua.

Anônimo disse...

Palavras forte e intensas.
você mexe bem com elas.

gostei!

-
Um BRIGADÃO pela homenagem-selo.
Aqui é um blog muito bom também, sim senhor!

x)
brigado de novo

e abraço.

Renato Ziggy disse...

Ao "Lipão-enamorado", muito prazer. Gostei desse "pesar de alma". Perigoso, mas belo. Bravo!

Renato Ziggy disse...

*perigoso não falo do texto, mas desse amor em desmedida. tenho medo dele. haha!

Jaya Magalhães disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

E nesse "interminavel" cabe o infinito...
Lindo!
Obrigada pelo selo.

Beijos.

R Lima disse...

Parabéns pelo prêmio... e pela notada perdição.

Não há Amor de fato sem um pouco dela.

Abçs,




Texto de hoje: CoRaçÃo...

Visite e Comente... http://oavessodavida.blogspot.com/

O AveSSo dA ViDa - um blog onde os relatos são fictícios e, por vezes, bem reais...

Unknown disse...

Belo texto, senhor de O Mundo de Sofisma!

Obrigado pela visita ao meu blog. Claro que pode linkar! Bem, na verdade eu nunca li O Pequeno Príncipe. Meu pai leu pra mim quando eu tinha uns 5 anos. Mas não lembro de nada. Irei comprar! Em breve... São tantos livros!

Um abraço. Até mais!

Critical Watcher disse...

Um amor tão doce assim não é facilmente visto. Viva-o. Corra e encontre-a.

;)

Mafê Probst disse...

Era vê-la triste e eu chovia, tudo me atormentava, meus versos sumiam e o silêncio reinava como resposta dura de se ouvir.

É bom gostar de se prender. Há certas prisões, boas demais.

Anônimo disse...

olá! te indiquei um selo no meu blog =)

parabens pelo texto!! amei!!

Unknown disse...

Oh, Filipe!
Seu blog está ficando cada vez mais lindo, assim como suas palavras...
Obrigada pelo selo, desculpe-me a demora em responder, estava sem net...
Só me explica uma coisa: deixo o selo no seu blog ou coloco no meu? Não sei o que fazer...
Beijo e mais uma vez obrigada!
Ana

Bárbara Matias disse...

Filipe....

Realmente lindo... sem palavras...
Cada vez gosto mais de ler o que voce escreve!!!


E mto obrigada pelo selo e pela homenagem!!

Bjos...

Unknown disse...

bem... *suspiros*
Gostei da foto, inclusive. Bem no clima do texto.

(Pode linkar sim, já te linkei também. As portas estarão abertas).

Fláh disse...

"Mas era ela estar perto e meu coração acendia em desejo contínuo. Era ela ficar longe e eu ficava criando os cheiros, os risos, os verbos dela."

Precisava tanto sentir isto de novo.

Fernando Locke disse...

ora meu caro! grandes metáforas! interessante esse sentimento controverso ao avesso de si mesmo que todos um dia sentimos! é, amor, desejo, paixão. ah,grato pelo selo! Muitissimo obrigado!