Reza a lenda que morava em cima de uma alta colina um pastor e suas ovelhas. As ovelhas eram muito mimadas e eram tratadas à pão-de-ló. O pastor cuidava para que nenhuma delas fosse devorada por lobo algum e vivia na defensiva com o seu cajado mágico nas mãos.
As ovelhas viviam presas em uma cerca. Por mais que vivessem felizes, não podiam sair dali pra dar um passeio, nem para conhecer o resto da colina. Assistiam o pôr-do-sol no horizonte longínquo tentando adivinhar que cheiro tinha o entardecer ao pé da montanha envolvida pelo crepúsculo.
O pastor, por causa da tristeza de suas ovelhas, tinha o coração
Vez ou outra, na tentativa de espiar pra fora da cerca, uma ovelha era devorada pelos lobos. A regra das ovelhas, portanto, era manter-se o mais próximo possível do pastor.
Havia uma única forma de libertar as ovelhas da cerca: tomar da serpente a chave encantada. Destruída a chave, a cerca desabaria e, junto com ela, o reinado da serpente. Certa noite, o pastor arquitetou um plano. Sabia de todos os riscos, mas era capaz de fazer tudo por suas ovelhas. Quando a noite caiu, deixou suas ovelhas dormindo e pulou a cerca. Acreditava que os lobos estariam em seus sonhos. Atravessou um caminho que levava ao trono da serpente e, pegando-a desprevenida, derrubou-a do trono com seu cajado e roubou-lhe a chave, destruindo-a imediatamente.
No entanto, mal sabia que os lobos-capachos estavam ás suas costas e, mais do que depressa, abocanharam o pastor.
No dia seguinte, as ovelhas despertaram e não viram mais a cerca ao seu redor. Acharam aquilo tudo muito estranho. Perceberam que cada uma delas trazia na região do peito uma mancha de sangue. E era essa mancha que mantinha os ex-lobos-capachos distantes. Cheias de esperança, foram ver o sol nascer atrás da montanha. Estavam agradecidas pelo ato do pastor. Sabiam que ele não estava mais dentre elas, mas a mancha de sangue as fazia lembrar o gesto de amor e o ato de coragem. E descobriram que o amor era a entrega, a renúncia, era poder assistir o sol sem obstáculo, era o renascer da esperança, era a redenção...
25 comentários:
Era uma vez, um rapaz chamado Filipe Garcia. Esse moço realmente escreve porque ama.
E assim, ele foi(e será), feliz para sempre.
Beijo.
=]
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"Não há maior prova de amor do que esta: dar a sua própria vida pelos seus amigos"
Jesus
abraço irmão
Entre sacrifício e libertação, renúncia e felicidade... amar sempre é difícil.
Mas já pensou se, no mundo, não houvesse um único ser capaz de se arriscar a ser "devorado" por amor a outra pessoa?...
Talvez, Filipe, esta seja a lição que vivemos esquecendo: amar com abnegação.
Um abração para ti e bom fim de semana!
P.S.: Vou colocar a foto depois lá no Dominus, tá?
Lindissimo, bela moral de historia :) ***
Filipe..
Gostei da maneira de descrever um sacrificio...
Pude entender de uma maneira didática o q realmente um dia aconteceu... e pq nao vivemos mais em cercas...
Que saibamos viver sem elas! Pq o real sentido da liberdade está dentro de si... mas está longe dos perigos de vida!
bjim
Obrigado por sua palavras a respeito do meu poema.
Na verdade não pensei em escrever uma música, alguém certa vez escreveu: "Ser poeta é a minha maneira de estar sozinho."
Acho que isso explica melhor o porquê escrevo...
Fabuloso!...
Querido, sempre aqui estarei. Admiro você e por isso te gosto muito. ;)
Beijo
Poucos fariam.
Bmo texto!
Abraços!
[Desculpa a demora!]
*Bom
Nooossaaaa!
amei o texto!
lindo mesmo.
parabéns!
=)
Queria acraditar no sacrifício, na redenção, mas, como disse um amigo meu, "não há redenção, no máximo, psicanálise"...
No entanto, sempre é bom um exemplo!
Bjo!
Bela metáfora para a história de Jesus... Amor incondicional assim hoje em dia é quase lenda...
Beijos.
isso sim é gesto de amor! lindo texto!
beijos!
"E descobriram que o amor era a entrega, a renúncia, era poder assistir o sol sem obstáculo, era o renascer da esperança, era a redenção..."
Lindo!! Parabéns moço!!
Beijo
O amor é como um tosquiador: tira a lã de algupem, pra esquentar um coração com frio!
Exemplo mais perfeito: Jesus Cristo. É difícil encontrar pessoas que seriam capazes de sacrificar a própria vida em prol de outras. O gesto mais sublime.
Acho q mesmo com todos os riscos envolvidos, uma grande dose de libertade sempre valerá a pena.
Um jeito de me lembrar o que Jesus fez por nós...
beijos daqui...
Amor verdadeiro...
Liberta e protege.
Hoje isso se torna metáfora, exemplo, história...
Diga-se de passagem a descrença atual em Cristo...
Muito lindo, moço!
Beijos
Eii moço, você realmente ama o que faz.
;)
Voltei só pra ti desejar uma boa semana.
Até mais!
Triste do amor é que sempre algum acaba perdendo. O pastor precisou da morte para libertar suas ovelhas-amores. Elas estão livres, porém não contam mais com a presença dele. Manchas de sangue gravadas no peito, trazem lembrança. Mas não matam saudade...
Teu texto me lembrou um texto meio bíblico. ;)
sou tão feliz por carregar essa mancha de sangue no peito! olho o horizonte, vejo cada movimento dos lobos e serpentes sem nada temer. o mesmo olhar que impulsiona meus passos ao horizonte dos meus sonhos é aquele que exorta, dá graças, constituindo nexo, ratio essendi, dando sentido especial à vida.
abraço
Filipe, sabe o que eu fiquei sabendo...? que você é amigo da minha namorada, a Fernanda aí de Viçosa. o.O
comentei com ela que li um blog e ela falou que era seu. aí me falou que vocês sao amigos.
Mundo pequeno... o.O
Em relação ao texto, que por sinal é muito bom...
Amém.
Só isso.
Abraço
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