Magrão é um amigo de infância que nunca teve muita sorte com mulheres. Sempre fora o mesmo: alto e magro. Não conseguia chamar a atenção por ser desengonçado e extremamente barulhento. Chegava e já ia derrubando dois ou três copos e aquele arranjo comprado na loja mais cara da cidade. Mas era um bom sujeito.
Depois de alguns meses sem vê-lo, encontrei-o na fila do banco. Nos abraçamos e fizemos comentários sobre os efeitos do tempo.
- Você tá mais gordo! – ele me disse.
- E você mais alto e mais magro! – repliquei.
Travamos uma conversa interminável sobre trabalho, família e, por fim, mulheres.
- Mulheres? – ele ria como quem ouve uma piada de mau gosto. – Pois eu vou lhe contar o que aconteceu comigo um dia desses.
E eu cruzei os braços já esperando pela história.
- Há um mês peguei um congestionamento horrível lá pelas bandas do Espírito Santo. – ele começou. – Tava um calor infernal e meu carro não tinha ar condicionado. Saí pra comprar uma água e me esbarrei com a mulher mais bonita que você possa imaginar. Morena dos olhos claros e um corpo, meu amigo. Assim que comprei minha água, me voltei pra ela com um sorriso e perguntei as horas.
“Não faço idéia, meu relógio de pulso parou e meu celular está com a bateria descarregada. Estava até precisando ligar pra minha mãe e avisar que vou me atrasar por causa desse trânsito.”
- Então, eu, mais que solícito, ofereci o meu celular para que ela pudesse ligar. Para isso, levei-a até o meu carro onde estava o aparelho. Ela aceitou e fez a ligação. Depois ficou me agradecendo e elogiando minha camisa nova da Pierre Cardin. E ela foi ficando no meu carro, a conversa foi rendendo. Até tirar o casaquinho ela tirou. Eu só agradecia a Deus por aquele congestionamento maravilhoso.
“Por que não liga o som?”, e ela mesma se inclinou para ligar. Sintonizou uma rádio que tocava música sertaneja e ficou cantando. Perfeita também não dá pra ser, né? Daí ela falou que adorava música sertaneja por causa das primas que tinha em Minas.
“Você conhece Minas? Eu moro lá.”, anunciei pra ver se ela se empolgaria. E ela se empolgou demais, meu irmão. Foi falando da parentada, das primas e da infância dela
“Meus pais são mineiros, sabe? Tiveram um namoro conturbado e desfizeram o noivado depois que meu pai arrumou outra. Desde então, minha mãe e eu vivemos
O Magrão começou a rir naquele seu estilo escandaloso e lamentou a falta de sorte dele com mulheres. Eu, depois de consolá-lo e dizer que cada coisa tem sua hora, tive que reconhecer minha vontade de conhecer a irmã do Magrão.
- Mas Magrão, vem cá, sua irmã é solteira?
20 comentários:
Hhuahuaauha! Poutaquipariu pro Magrão!
Cara, achei interessante sua história, me diverti junto às personagens, mas achei que o texto terminou rápido demais.
Já a última frase, fantástica!
Abraço!
Já chegou faz três posts e eu não sabiaa...
*esse finalzinho é o tal, viu?/
só me diz uma coisa... isso é um conto ou é verídico? Se aconteceu mesmo... pqp! que mundo pequeno!!!!!
beijos
Pois é kra, eu tb to com a Diazepan, isso é veridico ou só um conto?
O magrão é azarado, mas encontrar a irmã, é zica...
Abção!
Tb fiquei na curiosidade de saber se é um conto ou é real...
E encontrar irmã no congestionamento é coincidencia demais...(sorte ou azar)
Beijos...
Adoramos a estória....muito boa!
final inesperado hein?!
tava até torcendo pelo cara... rs
abraços
Que saudade de estar por aqui!
Ri demais com sua história...
Eu tb já estava torcendo pelo cara, coitado!
bjs!
Isso é verdade ou é um conto muito bem feito?
Depois dizem que o mundo é grande.
Ah, adorei a tragicomédia do Magrão... Hilária...
Mas, vamo combinar, eles tem uma conexão forte, ãhn?! A menina tão simpática com ele, tão à vontade... Ou tinha gamado ou só podia ser irmã mesmo.... hehehe
Adorei seu blog, viu?! Sua escrita é leve, quase displicente de tão fluida... =)
Obrigada pela visita e fique à vontade pra pintar todas as cores!
Beijo!!
Não, pessoal, essa história não tem um pingo de veracidade! Tudo saiu da minha mente perturbada, heheheh.
Abraço e obrigado a todos pelos comentários!
Mente perturbada, poluída e non sense, diria eu. Por isso que eu ando conitigo, pra tu não sair tanto da linha. Oooooooohohohoho!
Hahaha!
Não tem como não ri da desgraça do coitado. Teus personagens são cheios de personalidade e com traços bem marcante, gosto muito disso.
Acho que o coitado do Magrão deveria ser apresentado à Berenice. Ele não tem nada a perder mesmo, faria todas as vontades da moça. :D
Ficou mesmo o gostinho de ''quero mais'', mas, tá muito bom como sempre, Filipe.
Parabéns.
Rs. Não decepciona, esse menino. Estava atrasada em 3 textos teus na leitura. Confesso que, de fácil pra rir que sou, me acabei com a Berenice; de crente em contos de fada, me vi na pele da Realeza; de costume em rir das "desgraças" do homens e ainda assim sentir pena deles, senti pelo Magrão. ;P
Beijo, menino.
Hahahaha
Adorei!
rsrsrsrs, gostei muito. Adorei a sua criaçao de personagens. Mistura de conto e crônica. Otimo mesmo.
HAHAHAHAHAHAHAH! meu que pena do rapaz!!!! Mas dá um consolo, diz p/ ele que se fosse no antigo egito naum teria problema! :D
HSAHSUAHSUAHSUAHSUAHSU!!! meu rapaz!!! olha, esse é o verdadeiro momento que um homem estufa o peito, ergue a cabeça e diz: ferrou!!! olha, excelente,comico, instigante, dá vontade deler e reler. mto bom! abrass
ahhh nem gostei da minha terra ser cenário da crônica, né? haha Bom demais!
:*
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