As pernas de Teresa eram platônicas. Estúpidas, à primeira vista. Depois, um ode ao lirismo. Cantavam passos ao subir qualquer ladeira de pedras enfileiradas, num requebrar de versos soltos. Quem as via, não imaginava a dor pungente que ardia nas batatas. Como agulha, o sofrimento da vida inteira lhe pesava sobre as pernas.
Teresa tinha olhos de quem nasceu em outros milênios. Íris envelhecidas como qualquer fotografia em preto-e-branco. Contavam histórias de sabedoria. E, quem prestasse bem atenção, veria uma lágrima no canto dos olhos, na iminência de um deslize. É que Teresa guardava lembranças e uma saudade gigante que não sabia controlar muito bem.
Por fim, quem conhecesse bem Teresa, veria que ela não era só pernas, não era só olhos. Teresa tinha um quê de poesia inacabada, tinha um jeito de equilibrar segredos sobre os ombros. E esse mistério todo trazia a perdição e um desentendimento sereno, quase cúmplice. Porque Teresa, quando andava, deixava entornar pó de candura. E, nessa hora, o Espírito de Deus voltava a se mover sobre a face das águas.
29 comentários:
gostei. vc leva jeito. parabéns.
fique a pensar se Tereza não é aquela que abre a caixinha e deixa escapar alguns sorrisos para que a gente saiba por onde seguir!
ahhh como eu sou teu fã Filipe!
Bem, teus sofismas...
Sempre me pegas. Já tenho tantas questões, mas és um vício.
Tenho uma dependência quase química dos teus textos.
Estou espantada, sem fôlego, em hipnose.
É uma nova arquitetura. Uma outra Teresa, a tua. Aquela que tua alma alcançou. Que teus olhos vira.
As palavras, Filipe, sempre serão as mesmas, assim como os números e as estrelas, são apenas signos.
O arranjo é do poeta.
A linguagem é tua tinta e pincel.
Tua alma é o tom, os sons, as cores, os matizes.
ès um alquimista, um mago, um sofista.
Mas não sou muita coisa, diante da beleza dos teus versos.
pff...
breathless...
Sem fôlego!
Carinho, muito.
Gente, adorei teresa! HAHAHA. Nunca gostei muito de poesia. Talvez por eu sempre ter sido um pouco out da vida amorosa, da poesia de amor mesmo. Mas, agora, acho que estou começando a gostar. Não só das que falam de amor. Não leio muito Manuel Bandeira, mas o que leio, gosto. Mas a sua Teresa ficou tão interessante(ou mais) que a de Manuel Bandeira.
Muito bom! :)
E platonismo é uma coisa linda.
Adorei Teresa! Adoro o BLOG!
Estou platônicamente apaixonada, pretendo voltar sempre aqui.
Beijo!
Filipe, nõ me contive e voltei.
Porque não te falei uma coisa, hoje à tarde: eu chorei. E sabes porque? Porque esta Teresa, a tua, a que somente os teus olhos viram, porque viste, com outro coração, (diferente do Bandeira, igualmente lindo)está redimida aqui.
Foi iluminada aqui, revelada, aqui em tudo aquilo que "só se vê bem, com o coração".
Vou me repetir, porque no comentário do post anterior, já disse.
Somente quem conhece bem, a alma feminina, sabe o que fazia a Teresa, ter aqueles olhos, aquelas pernas, aquela tez."
Meu lindo, és um poeta, pronto e perfeito.
Sou tiete tua!
Ai, isto é ridículo, mas sou. Oras...
Voltei para ler e reler seus textos...
Tão belos!
E gostei da comparação...!
"Sorvete de cajá em vez de sorvete de morango..."
Muito bom!!!
Alice
tua Teresa passou dançando diante dos meus olhos, com esses olhos e essas pernas e fez um palco aqui no meu peito.
Poesia retumbando, e retumbando.
Beijos, querido.
É, você soube desenvolver bem as características de Tereza. Agora parece que eu a conheço.
Muito bom!
Abç!
Teresa. Uma nomeação a um ser que retrata a poesia tão presente no feminino. Naquela essência que é depositada ao redor, como uma poeira invisível tocando a pele.
Pura poesia.
Teresa, puro amor.
Que lindo e terno Filipe.
Do jeito que só você, com esse talento em escrever, consegue fazer.
Grande abraço amigo meu.
;Filipe, você trata suas crônicas com tanto zelo, que as torna muito belas. As vezes por seu caráter tão escondido nas entrelinhas e no humor suave rondando o enredo.
Perfeito.
Você constróí muito bem uma história. Nos leva a um clímax incrível, tentanto imaginar o que podemos encontrar mais a frente. O fim sempre nos surpreende. Esse até que você esmiuçou bem o final.
Mais uma palavra? Maravilhos.
Suas histórias me inspiram.
Se você acha que eu escrevo bem, se olhe no espelho meu garoto. Tu tem um talento inquestionável.
Um grande abraço pra ti mineiro.
;)
Ficou lindo! Bandeira é sempre uma excelente fonte de inspiração!
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)
=]
Ainda temho vontade de fazer um texto sobre a Jaqueline...
Beijos!
Demorei horrores desenhando Teresa, ok?
AUSHAUHSAUh :x
Que saudade daqui! *-*
Besos, sou tua fã! \o/
Eu lembro que vc comentou esse trechinho num texto meu de Thereza.....
bjs
fiquei feliz por encontrar o seu blog.
adorei a maneira como escreve
carla
Adorei Teresa!
Prazer em lê-lo tb =*
Me lembrei da Teresa da Praia do Jobim. Otimo texto. Uma forma bonita de "estudar" mais a Teresa do Manuel. Beijao.
haha, virei fã.
Manuel Bandeira é MARA!
Uia, agora sei porque és mestre de alguém xD
Teresa é incrível,de uma sensibilidade e poeticidade incrível.
Que clichê... ganhou mais uma fã. =)
Abraço.
Ai, que legal vc ter expandido o texto de Manuel Bandeira :D
Ficou ótimo mesmo.
Eu prometo que ainda venho aqui um dia para criticar negativamente.. Afinal, até hoje só elogios, e aí não tem graça! :P uahuahuahua
Beijão Filipe! :*
Flávia.
Nossa adorei!!!=D
Adoro a beleza sutil dos seus textos.
Mto bom!!!
Bjos.
adoreei teresa!
jah haviaia lido esse poema uma vez,recordei muito bem agora!
bejoos
Achu que sou um pouco de Teresa.
Quanto tempo Filipe!
Teresa é o retrato das sonhadoras e das pessoas que apesar desse mundo louco, ainda possuem o dom de amar.
ô Teresa... só Manuel! rs
Adorei o blog! Voltarei sempre, se assim me for permitido!
=)
nossa..quer ser pelo menos 1% dessa teresa..
beijos e bom restinho de semana
Valeu mais uma vez pela visita em meu blog! Que leva jeito para escrever, isso já falei!
Abraço,
LUcas
Rapaz, tive que linkar. Tua Teresa é linda.
Postar um comentário