E vai me ver todo desajeitado
Tocando um bandolim de três cordas
E recitando uma poesia de Manoel
Me olhar improvisado
Daquele jeito que só ocê costuma olhar
Te tirar pra dançar no meio da roda
Como se ninguém nunca mais fosse tirar
Me lavar com água e sal
Depois, com todos os santos nos olhando
E os arcanjos suspirando
Vestirei minhas botas carmim
E nossos serviçais colocarão a mesa
Nós dois, sentados em espaldar reto
Nos olharemos como quem dita ou quer ditar
E vai encontrar minha poeira se estendendo até o teto
Vai notar que meu sentimento é todo ali
Todo aqui, todo lugar
Nem sei mais o que é demora
Que se eu pedisse uma coisa pra Deus, menina
Eu ia querer uma redinha pra eu co'cê dormir
2 comentários:
"Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo contar nada, faço poesia."
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