Queria eu falar de coisas sérias
Da política, do preço do feijão e da alimentação das andorinhas.
Queria eu acender um cigarro
Pra falar das pinturas do Metropolitan e das teorias de Lacan.
Acordar inspirado em Neruda
E dormir, cochichando Camões.
Queria eu mapear meus ancestrais,
Descobrir parentes interessantes
E não mais bocejar nas reuniões de família.
Ter a coragem de dar uma cusparada naquele pangaré
Metido a mangalarga marchador.
Queria eu conversar sobre assistencialismo e políticas públicas
Entre dois copos de caipirinha e uma porção de mandioca.
Queria eu colocar a mesa de jantar na varanda
Pra dialogar com a sequoia imaginária que tenho no meu jardim.
Não evitaria, por óbvio, o tiziu que mora na minha marquise
Que é o principal teólogo, nas manhãs frias em que eu acordo
Dias em que não sei, ao certo, onde encontrar Deus.
Queria eu colocar duas fichas no orelhão
Para falar com a Dona Cida,
Ouvir as histórias da gente que não fala bonito
Mas que ama bonito, como ela mesma diz.
Queria mesmo era pôr o pé no chão,
Desfazer o nó da gravata
Desabotoar o colarinho e desligar a tevê.
Queria.
Não fosse a fatura do cartão de crédito
E a conta de energia.
A pagar.
Da política, do preço do feijão e da alimentação das andorinhas.
Queria eu acender um cigarro
Pra falar das pinturas do Metropolitan e das teorias de Lacan.
Acordar inspirado em Neruda
E dormir, cochichando Camões.
Queria eu mapear meus ancestrais,
Descobrir parentes interessantes
E não mais bocejar nas reuniões de família.
Ter a coragem de dar uma cusparada naquele pangaré
Metido a mangalarga marchador.
Queria eu conversar sobre assistencialismo e políticas públicas
Entre dois copos de caipirinha e uma porção de mandioca.
Queria eu colocar a mesa de jantar na varanda
Pra dialogar com a sequoia imaginária que tenho no meu jardim.
Não evitaria, por óbvio, o tiziu que mora na minha marquise
Que é o principal teólogo, nas manhãs frias em que eu acordo
Dias em que não sei, ao certo, onde encontrar Deus.
Queria eu colocar duas fichas no orelhão
Para falar com a Dona Cida,
Ouvir as histórias da gente que não fala bonito
Mas que ama bonito, como ela mesma diz.
Queria mesmo era pôr o pé no chão,
Desfazer o nó da gravata
Desabotoar o colarinho e desligar a tevê.
Queria.
Não fosse a fatura do cartão de crédito
E a conta de energia.
A pagar.
2 comentários:
Quanto tempo eu não passava por aqui! Seus textos sempre me inspirando S2
Queria eu escrever bonito assim.
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