O chão não mais samba
O são não mais sente
Nem só não mais rir-se
Nem o rio não mais se insinua
Des’ que o tempo parou atrasado
Secou-se o céu azul metálico
E acizentaram-se as sequoias.
Pois chamem as ordálias!
Costurem-se as chagas!
Chova-se na palma da alma enlameada
Para que o presságio se esvaia
Para que o sol de novo se ascenda
Para que o brilho se dissolva no
rosto
E os passos,
Que rompem no reto espaço,
Clamem pelo amor: esse chiado do
peito silente
Essa chama que sibila na sombra
ardente
E deixa o suplício clemente:
Anestesia-me, ó, seringa da
mortalha
(que a dor não é boa de doer).
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